terça-feira, 26 de junho de 2012

portismo: "Miguel Castro"



 © Google | Miguel Lima (Tomo II)  


caríssima(o),

« mas que raio... quem é o Miguel Castro? », estarás a perguntar nesta altura. 
porque não desejo que permaneças na Ignorância e se és adepta(o) incondicional das cores do clube das Antas, peço-te um (breve) momento de retrospectiva. vamos recuar no Tempo, até à época de 1995/1996 - era nosso treinador Sir Bobby Robson, André Villas-Boas estava quase a atingir a maioridade (mas já chateava o britânico por causa da "titularidade" de Domingos no banco portista) e o nosso clube almejava o bi-campeonato (e que viria a conseguir, com onze pontos de diferença para o segundo classificado - curiosamente o mesmo que continua a gastar tubos de pomada para curar o torcicolo que entretanto ganhou de tanto olhar para cima desde meados da década de '80).


 
© Google 


daquele plantel fazia parte um polaco que, pelo seu nome complicado - Grzegorz Mielcarski -, os Belhotes (e alguma malta joBem) que assistiam aos treinos nas Antas logo o "rebaptizaram" de Miguel Castro. curiosamente eram os mesmos que chamaram "Timóteo" ao Ion Timofte e, mais tarde, "João Calças" ao Edgaras Jankauskas
este promissor polaco - não me esqueço que na sua estreia, no jogo de apresentação aos sócios, contra a (na altura) super-equipa do Real Club Deportivo La Coruña, marcou um golaço, num remate "à gaveta" e de fora da área - foi dos melhores avançados que já vi com a camisola azul-e-branca.


 
© Google


não sei bem porquê, mas o seu estilo de jogo, as suas movimentações (fora e dentro da área) e o seu toque de bola, recordavam-me o Van Basten (na altura, retirado do futebol há dois anos). 
contudo, o que a larga maioria dos adeptos recorda, das suas quatro épocas de dragão ao peito, são as lesões que sofreu e porque padeceu - principalmente a primeira (lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito), da qual nunca recuperou totalmente. também houve, entre nós, quem (ainda que indirectamente) tenha contribuído para que a sua recuperação sofresse revezes inesperados - mas isso são outras estórias. ;)

de regresso ao nosso Mielcarski e ao Presente.
o internacional polaco concedeu algumas (breves) declarações ao semanário EXPRESSO, publicadas na edição impressa da semana passada. 
daquelas retenho a seguinte passagem:

«

Saudades dos tempos do FC Porto?
Sim, matei-as há pouco tempo quando fui entrevistar pessoas do clube para um programa de televisão polaco. É que agora também sou jornalista (risos).

E quem é que entrevistou?
Tanta gente. Pinto da Costa, Antero Henriques, João Pinto, Folha…

Como correu a entrevista com Pinto da Costa?
Estava nervoso (risos). Ele disse-me que era a primeira vez que um ex-jogador seu lhe fazia uma entrevista! Foi muito simpático. 
Nos tempos de jogador eu tinha medo dele… Quer dizer, respeito. Ele quando a coisa corria mal ia ao balneário falar duramente connosco. Tínhamos grande respeito por ele.

O Mielcarski teve azar com as lesões e com um tal de Jardel...
Pois... As lesões acontecem... 
Quanto ao Jardel, ele não era tão "maluco" [no FC Porto] quanto o foi depois [no Sporting CP].
No FC Porto, é tudo muito controlado. 
Recordo-me de um episódio, em Coimbra, frente à Académica. Nós estávamos a ganhar por 3-0 e há um penálti que seria para o Zahovic bater, conforme estava pensado. Só que o Jardel chegou lá e agarrou na bola. A confusão ia começar até o João Pinto, o capitão, dizer: “Za! Deixa o gajo marcar!. O Jardel fez o 4-0 e pensava que estava tudo bem. Mas à entrada do balneário o João Pinto chegou-se ao pé dele e disse: É a última vez que fazes uma coisa destas. Agora passou, porque estávamos a ganhar por 3-0. Para a próxima sais da equipa! Tens de respeitar quem cá anda, os mais velhos. Tens de respeitar o Zahovic, estás a ouvir?! E o Jardel calou-se. 
O segredo do FC Porto é saber quem manda lá dentro.

O FC Porto é o seu clube do coração...
Claro! Outro episódio.
Antes de ser operado [à lesão nos ligamentos cruzados do joelho direito], o presidente Pinto da Costa foi desejar sorte. Acordei e ele já lá estava outra vez. Ele e toda a equipa! É o melhor! 
Com ele, na Polónia, já teria havido um clube campeão europeu! E todos os jogadores se inspiravam nele. 
Aprendi no FC Porto como funciona um clube. A experiência de ter passado num dos mais organizados clubes do Mundo vale mais que tudo o que se possa aprender. Aqui [Polónia] dou sempre o exemplo do FC Porto para tudo.
Aprendi muito com o Jorge Costa, o João Pinto, o Domingos, Vítor Baía, o Secretário, Paulinho Santos, o Aloísio. Conhecer pessoas como Pinto da Costa, Mourinho, Robson ou Fernando Póvoas, são coisas que não se aprendem a ler.  
O FC Porto é uma escola, e quem sai de lá tem tudo para ser grande treinador.

»

fonte: +FC Porto
ps: os negritos, os itálicos e os sublinhados são da minha responsabilidade.


não são necessárias mais palavras para reforçar um ponto de vista: 
por vezes, dou por mim a pensar que o nosso país desportivo não merece os feitos alcançados pelo FC Porto porque pura e simplesmente não lhes dá o devido mérito.
só o Estrangeiro (esse imenso País) e quem nele reside (logo, longe deste rectângulo comezinho) é que é capaz de nos elogiar pelo que valemos e pelo que (com muito sacrifício, com muito "sangue" e com imensas "lágrimas", normalmente de incontida alegria) almejámos alcançar. 
as declarações do (nosso) "Miguel Castro" são (só mais) um exemplo.


beijinhos e abraços (muito, mas mesmo muito portistas)!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)



2 comentários:

  1. Muito obrigado por me darem a conhecer um bocadinho mais do meu Porto!!!

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  2. caríssimo Iemilson,

    antes de tudo: bem-vindo!
    depois, muito obrigado! pela visita e pelas suas palavras

    no fundamental:
    não tem nada que agradecer; é com enorme prazer, satisfação e Orgulho que cá estou. felizmente que não estou sozinho :D

    somos Porto!, car@go!
    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    abr@ço e volte sempre, sff :D
    Miguel | Tomo II

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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