quarta-feira, 23 de maio de 2012

(nova) carta aberta ao nosso Vítor Pereira



caríssimo Vítor,

cá estamos, não é?
bicampeões, car@go! essa é que é essa! ;)
e, no teu caso, com a sensação do dever cumprido, a somar ao selo de garantia (muito) presidencial de que terás trabalho para desenvolver junto da equipa do nosso coração, em 2012/2013.

assim e antes de tudo, os meus sinceros "Parabéns!, caro Vítor!", por teres almejado tocar o céu, (desconheço essa sensação enquanto profissional do mundo do futebol, mas como adepto indefectível sei que é o máximo!), e, pois está (muito) claro, por teres conseguido calar algumas das vozes tão críticas do teu trabalho, e que te desejavam ver pelas costas finda esta época desportiva.

e por "falar" em vozes críticas, saberás tão bem (ou melhor!) do que eu, que este que te redige estas linhas singelas inclui-se nesse lado da barricada. certamente que não estarás esquecido que, desde Outubro do ano passado, passei a considerar-te (e à equipa técnicas que lideras) um «erro de casting» - expressão assumida em Novembro desse mesmo ano.
tal não se deve(u) às tuas qualidades humanas (pois não te conheço para, sequer!, poder aferir seja o que fora teu respeito e acerca da tua hombridade), e muito menos ao teu portismo (dado que não é esse o meu timbre: julgar o outro por ter, ou não, lugar catiBo, assistir a todos os jogos, ser associado do Clube há mais anos do que eu de vida, etc. e tal...).

o que, nessa altura, me levou a considerar-te (e à tua equipa técnica) uma aposta falhada do nosso grande presidente deveu-se tão-somente a três aspectos fundamentais e, no meu entendimento, preponderantes para o desenrolar de toda uma época desportiva aquém das minhas (elevadas? exageradas?) expectativas.
a saber, aqueles são e na minha perspectiva (desfocada? irrealista?) e sob o meu (falacioso?) ponto de vista:
i)
a inversão de um modelo de jogo ganhador, (in)tentando realizar "imberbes inBenções" que nada trouxeram de positivo para alguns (muitos...) jogos realizados.
para lá do Maicon a lateral-direito, não me esquecerei do relegar o "nosso" Săpunaru para a bancada quando estávamos necessitados de um defesa direito habituado a tal posição (e por motivos que só tu saberás).
e para lá do Clássico na Luz, houve outras partidas em que os trunfos que consideraste ganhadores para as batalhas em disputa revelaram-se autênticos duques (traduzindo-se na perpetuação de benevolamente se conceder quarenta e cinco minutos de avanço ou de recuo, aos nossos adversários);

ii)
o (temor?) em apostar nas jovens promessas do plantel (e mesmo das formadas no Clube), preterindo-as em benefício de outras (mormente estrangeiras e bem mais duvidosas, e sem pretender ser ultra-nacionalista).
o "caso Iturbe" é (por demais!) flagrante, "fala" por si. só vocês, principais intervenientes na estória, é que saberão o(s) porquê(s) da mesma e por se privar a massa adepta do potencial daquele a quem já apelidaram de «novo Messi».
também não me vou pronunciar sobre o Djalma, pois que desde o início da temporada finda, que não o enquadrei no estilo de jogador necessário para o clube - e friso bem que não será o (re)ver a sua actuação no estádio da Lucy que me fará mudar de opinião.
porém, não fazer a diferença para a época anterior, integrando valores como Castro ou André Pinto, no nosso plantel sénior é algo que, para mim, me transcende - e desde há (pelo menos) uma década... só que, como estou de fora, "racho lenha", certo? certo....;

iii)
decorrente do ponto anterior, com a agravante de que tal já se (pres)sentia no ocaso da época de 2010/2011, os vários casos de indisciplina no seio do plantel principal e profissional de futebol.
não me refiro só aos lamentáveis e inqualificáveis incidentes de Barcelos; também incluo neste rol os amuos de alguns jogadores do nosso plantel - e cujos nomes não há necessidade de referir, pois nós sabemos bem de «quem estou a falar».
confesso que o defeito (porventura) estará em mim - que não estou habituado a este tipo de manifestações mais calorosas de insatisfação, por parte de atletas do nosso clube do coração (e principescamente pagos para não fazerem tais figurinhas), e sobretudo que estas "espirrem", com mais força do que o habitual, para o exterior do balneário. 
num passado (já muito) distante, recordo-me dos murros informáticos do Argel Fucks e a altruísta altercação do meu ídolo de sempre para com (àquela data, "nada especial") José Mourinho - casos isolados, em contextos diferentes, em épocas distintas e com outros treinadores.
já os casos de indisciplina desta época que ora termina perturbaram o meu (há algum tempo) inquieto estado de espírito por me darem a perceber que não houve "mão de ferro" no balneário portista. só assim se pode justificar a "sangria" no plantel, na época de transferências de Janeiro e que incidiu numa posição nevrálgica do terreno: o meio-campo. curiosamente tal "operação de cosmética" abrangeu jogadores descontentes com a sua condição de "alternativa-válida-mas-que-não-é-sinónimo-de-titularidade-indiscutível". e como eu não «acardito» em coincidências...

é certo e sabido que há atenuantes, sobejamente conhecidas de todos nós, portistas dos quatro costados:
a)
o facto de teres tomado o controlo de umas rédeas, que não estavam destinadas, a apenas oito dias do início de uma nova temporada - e de um plantel "inchado" com os sucessos desportivas da época transacta;

b)
a indefinição na constituição do mesmo, que (per)durou até ao último dia do mês de Agosto e que teve o seu ponto alto com a venda do "abono de família" do nosso ataque para o histórico (e crónico) segundo clube de Madrid; 

c)
o não ter acontecido a devida "compensação" no plantel e com a mesma Qualidade (leia-se: letalidade e eficácia) para suprir o abandono referido na alínea anterior - e sem qualquer crítica assertiva para com aquele em quem deposito fortes esperanças de vir a ser o ponta-de-lança que desejamos; 

d)
as (inúmeras) bolas no poste, esta época - quando eram golo feito, no ano passado; 

e)
o resultado desta análise ser a posteriori, (des)confortavelmente sentado no banco do metro, em hora de ponta, num pachorrento regresso a casa - sinónimo de que "é muito fácil acertar no totobola à Segunda-feira"...  

portanto, caro Vítor:

só por manifesta má-fé se pode afirmar que não há mérito teu na conquista deste campeonato.
se a tarefa já era hercúlea - e mesmo com toda a segurança e o conforto que confere a "estrutura" portista aos seus treinadores -, mais difícil se aparentava (e tornou!), por tudo o que te recordei e que, à data, foi escrito por outros (tantos!) administradores de espaços de discussão, nesse "maravilhoso mundo que é a bluegosfera"®, e com maior visibilidade do que este.

certamente que saberás que esse não foi o caso deste que te critica abertamente, com sentido positivista - de que tudo será melhor do que foi até agora -, e que, como tal, também reconhece que, como qualquer um de nós, não possuis só defeitos (enquanto treinador, bem entendido!).
aliás, a partir do momento em que percebi que permanecerias na tua cadeira de sonho, com a anuência do nosso querido líder - e quem sou eu para o contrariar (ele que vê mais com os olhos fechados do que todos os outros dirigentes juntos e com eles bem abertos) -, o meu discurso, neste espaço, passou a ser de agregação.
no fundo, tudo para que pudéssemos comemorar a conquista do objectivo máximo do nosso clube do coração: a perpetuação das quinas, no nosso manto sagrado, por mais uma época!

em jeito de conclusão:
(e porque já nos estou a aborrecer de tédio, qual vítor gaspar na assembleia da república)

as minhas expectativas para a época que se avizinha estão muito altas, Vítor!
sem sobrancerias e arrogâncias bacocas, sei que seremos capazes de fazer bem melhor do que conquistar uma Supertaça Cândido de Oliveira e almejar o campeonato - a acontecer, o terceiro tri na nossa história.
irrealisticamente "falando", aqui que ninguém nos "ouve", se nos fosse permitido sonhar e porque terás a oportunidade de (re)construir um plantel a teu gosto, pedir-te-ia a Champions! como tal será difícil - há um Real Madrid a desejar a sua décima... -, peço-te que (pelo menos) consigamos atingir os quartos-de-final daquela competição.
é o nosso bom-nome e a nossa reputação europeia que estão em jogo - para além da inerente valorização de activos, por forma a aguçar o apetite dos "tubarões" do futebol europeu
(sim!, porque os tempos do "amor à camisola" já são Passado e estão bem enterrados - Lucho 'el comandante' Gonzalez à parte!)


confio em ti e em como nos farás (ainda mais) felizes! ;)

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)